sábado, 12 de janeiro de 2008

Presságio

Presságio

Ele me disse que tudo era incerto
que não tinha prumo
que estava cansado de rimas efêmeras
Eu olhei nos seus olhos
como que pedindo para deixar-me plantar na sua alma
minha última semente de orquídea ondulada...
Ele disse NÃO
como se decifrasse minha vontade mais secreta
e não bateu palmas,
não piscou os olhos,
sequer bocejou
Deu apenas um suspiro farto
(que despetalou inteiro o ipê amarelo)
e voou sorrindo feito um anjo enluarado
me alertando que as dores"carecem de ser lavadas"
se não vira pedra e embolora a alma,
põe cinza nos olhos mais claros
e torna insuportável as próximas visitas da quimera...

(Zenilda Lua – Primavera 2007)

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