sábado, 7 de junho de 2008

Quando setembro chegar

...Não existirá neurose em nenhum turno.
As quaresmeiras estarão de plantão
com seus mantos flamboyant apaixonado
e os ipês também se vestirão de roxo-clarinho
ou amarelo-ouro
(perfumadíssimos)
Igualmente lençol de comadre zelosa.
O pintassilgo virá às janelas
com seu trinar laranjado
beliscar os fiapos de sonhos que esquecemos pelo caminho...
O som doce da flauta também avisará que a primavera
caramela as cores
e as almas ficam “quase” todas LUA de coração crescente.
Cachos de amor se enozam pelas mãos e cabelos
e todos os pedidos ganharão cheiro...
Ninguém manda ou aborrece
A aridez se esvai.
A voz mais austera é a das bromélias
Os jardins ganham dedos e alinhavam poesia concreta.

Quando Setembro chegar tudo será pleno.
Por que Deus não irá se distrair por nada.
Vai andejar sereno
e enquanto beberica seu vinho sacro
nos acenará com beijos
piscará sorridente
com aquele olhar casto de aquarela azulejada que só ELE tem.

(Zenilda Lua)

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