quinta-feira, 15 de novembro de 2012



Há dias sofro de lonjura. Sofro de vontade bruta, profunda, cortante e única.
Há dias penso no menino que balancei na rede, que botei pra dormir, 
que dei banho quebrando a frieza da água do pote com água amornada na chaleira velha na casa da Vó. 
Mingau de arrozina em colheradinhas. 
Cantiga de roça invés de ninar. 
Nas primeiras leituras cartilha bordada e Pequeno Príncipe. 
Penso no menino de olhar suave e voz mais bonita de se escutar, que decretou festa em meu coração com suas notícias de coragem. Meu menino virou moço foi da Teologia a Filosofia, da Psicanálise a especialização mais elevada. 
Virou Mestre na categoria de AMAR.
Daqui a pouco esse menino emoldura o arco da promessa. 
Vai viver com um anjo de verdade a andará de mãos dadas, juntos enlaçados pelos canteiros sonoros de hospitaleiros jardins.
Eu fico por aqui com o coração marejando de emoção, desejando abraçá-los com a força maior que a alma pode guardar. 
Olhos cheios d’água e certeza: 
Se o correio não atrasou ao menos meu verso chegará inteiro aos olhos/ouvidos deles.  
Numa outra hora de posse e cheiros  declamarei o Soneto da Fidelidade, e numa rede avarandada de cor macia cantarei cantiguinhas de ninar e lerei estórias para o sobrinho, filho ou filha do meu irmão que não é mais menino... 
É de Rafaella!

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