domingo, 17 de março de 2013

Poeminha avulso, feito indagorinha, sem postura, solto,
modestinho e roto. Incitado pelas postagens de uma linda e dócil Maíra Belintani.

Por causa dela 
apanhou pitangas de lampírios e maxixe bem maduro
desenhou escadinha caracol
esqueceu o tropel, a torneira aberta e as roupas no varalzinho de bambu
agonizou feito Cristo nu, numa cruz roxa sem pólen
rouquejou com os sapos e
assobiou para os ipês amarelíssimos...
Por causa dela fez-se célere,
emissário em trânsito etéreo
calçou as botas sete-léguas e caiu no mundo
cara de boi-fubá mofino e tomador de sereno
enfiando as canelas nas moitas de capim da praça singela
em busca da flor musa-malvada e noturna
que lhe deu estrelas, repuxos no peito e aguardamento
que o fez esquecer seu próprio nome e tremer na claridade baixa
de êxtase e silêncio...

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