sexta-feira, 21 de junho de 2013


"Numa folha qualquer eu também desenhava um sol amarelo".

Hoje não desenhei. Amanheci com um sentimento de contenteza descontente. Um misto de desvanecimento e cuidado.
Abaixou a passagem. Abaixaram as bandeiras. A cidadania foi exercitada.Perseguimos a marcha até a descidinha da ladeira, mas ficou aquele eco espinhoso de hibridez; palavras sem sentido, emoção e vidros. Ficou o Drummond feito um pirralho oportuno a cutucar meus tutanos: "Você marcha José, para onde"?
Seu Pedro não marchava. Ia de carro com o filho e a nora Antônia à um Hospital conhecido na cidade de São Paulo. Finalmente um doador e o tão esperado (há 03 anos) transplante de órgão seria realizado. Seu Pedro chorou quando viu a Dutra empatada. Sua pressão arterial se elevou a ponto de ele sofrer um AVC moderado.
Ouvindo esse relato no segundo atendimento da manhã no plantão social tentei amenizar meu vazio pensando nas análises que Marx e Engels fazem no Manifesto.
Falei para minha filha o quanto precisamos ler mais Sartre, Marilena Chauí, Erick Fromm... deixar a tv desligada.
Precisamos entender a alienação do homem em relação ao homem.
Precisamos estudar mais política. Legitimar nossa querência, nosso brado. Exercitar a arte de argumentar.
São tantas reivindicações, tantos desejos para tão pouco diálogo meu Deus!
Tanta inflação de egos!
"Mesmo a árvore mais desatenta cuida da estrada".
Não cuidei da nossa.
Quero me aquietar mas a esperança é muito mais teimosa que eu.
Paulo Barja, adorei seu poema!
"Abutre é mesmo traiçoeiro".

2 comentários:

Clarinha disse...

O mundo não para em manifestações. As estórias continuam os seus capítulos!

às vezes, por descuido, nos esquecemos disto!

Beijos coloridos!

Clarinha disse...

ops: tá faltando meu blog aí na sua lista. hihihih

Agora voltei, estou dedicando para os "causos" que as crianças contam em sala de aula

=)