sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Botei pausa nas andanças. Nas correrias, no vuco-vuco e nas intolerâncias diárias.
Prendi-me na alegria dos afetos e nos aromas dos encontros quando dezembro chegou avermelhando todos os flamboyants. Aumentando as filas nos mercados, trazendo as chuvas de verão tão esperadas. Denunciando a corrupção dos políticos, abrindo clareira de espera boa e fechando a malignidade de algumas brechas.
Por moleza de assunto fiz silêncio. Silêncio sombrio até o Natal chegar e nos apresentar a luona mais redonda e mais clara desse mundo.
Conforme os estudiosos há 38 anos não aparecia no céu um brilho tão cheio e diferente. Parecia gritar de contente a danada, desencabulada!
Abri as portas da casa. Embalei saudades. Comprei flores. Fiquei mais tempo com a filha. Lavei cortina e cobri a mesa com a toalha de chita rara. Juntei-me aos amigos, aticei as brasas e caprichei no tempero do peixe pros almoços.
“O amor excede aos entendimentos”. Tudo começou com um anjo. Depois um clarão de luz e um chorozinho amiudado que só foi ouvido por uma jovem simples e por um carpinteiro que cochilava de tanto cansaço.
Da manjedoura aos montes. Da porta dos templos as tentações do diabo. Do mar da Galileia até a pedra do sepulcro onde estava Lázaro. Do nascimento aos dias de hoje muita gente ainda se aperta para chegar mais próximo e ouvir falar Dele. Se emociona e se aproxima não somente para ouvir ou pedir algo, mas para agradecer.
Eu também quero dizer obrigada, Jesus!
Obrigada a todos. Pela paciência e generosidade. Pela boa querência e pela amizade.
Obrigada por minimizarem com seus risos e dizeres as mazelas do mundo.
Sigamos munidos de esperança e alegria. Se eu fosse Nelson Cavaquinho teria escrito essa canção assim:
“ A lua há de brilhar mais uma vez
a luz há de chegar aos corações
do mal vamos queimar toda a semente
o amor será eterno novamente”.
Feliz 2016!

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